História da Raça

A origem do buldogue francês é controversa, mas é de opinião geral que seu berço é francês e que pertence ao grupo dos molossos.

Molossos são cães, na sua maioria, pesados, ossudos, de cabeça maciça, redonda ou em cubo, focinho em geral curto; lábios espessos e longos, stop considerável, corpo maciço, e tórax amplo. Diz-se que esses cães têm como ancestral em comum o antigo “molosso tibetano”.

A Revolução Industrial – ocorrida em meados do século XIX – provocou a migração de artesãos ingleses, especialmente da região de Nottingham, para o extremo norte da França, na região de Calais e Normandia. Esses artesãos ingleses carregavam consigo pequenos bouledogues, chamados de “toy bulldogs”.

Há quem diga que eram miniaturas de bouledogues ingleses, crias mais pequenas da ninhada.

Há quem diga que foi o resultados de acasalamentos entre bouledogues ingleses, pugs e terriers de terras inglesas.

Por sua vez, em terras Belgas e Francesas, existam os “Terriers Boules ou Ratiers”. Havia inclusive criadores dessa raça caçadora de ratos! Monsieur Charles Petit foi um parisiense, que criou terrier boules na Bélgica por muitos anos, antes de retornar à França com seus melhores cães. Os historiadores contam que entre os ancestrais dos terriers boules estão os pugs, os affenpinschers e alguns terriers.

Em solo francês, os toy bulldogs e terrier boules acasalaram-se e, os frutos dessa mistura agradaram. Eram ótimos no extermínio de roedores e bons de companhia. Em pouco tempo espalharam-se pelo país. Estes foram os primeiros exemplares dos “Bouledogues Francês”!

Os açougueiros e ajudantes do matadouro de La Villette, em Paris, foram os primeiros a criar o Bouledogue Francês. Depressa foram imitados por cocheiros, sapateiros, vendedores ambulantes de frutas e até por agentes da polícia que se entusiasmaram com o pequeno Boule (Boule é a apócope de Bouledogue Françês). Nos cafés organizavam-se reuniões para comparar os melhores exemplares; trocavam-se conselhos e, sobretudo, tentava-se obter cães mais fortes sem medir sacrifícios. Transformado na estrela de Paris dos ofícios humildes, o boule frequentava os bairros populares de Pantin, Belleville e Lês Halles. O seu físico, o seu tamanho reduzido, a sua peculiar fisionomia, o seu caráter absolutamente encantador começaram a impor-se e a cativar os cada vez mais numerosos aficionados dos cães de cara chata.

Pouco depois, o Boule introduzir-se-ia nas casas públicas onde as mulheres de Belle Époque o adotaram por causa do aspecto excêntrico. Imortalizado por Toulouse-Lautrec no seu quadro Le Marchand de Marrons (O Vendedor de Castanhas) em 1901, o Buldogue Francês percorria como um conquistador os Champs Elysées, os grandes boulevards, o Bois de Boulogne…

Mistinguett, Colette, Mac Orlan, o rei Eduardo VII e alguns grandes duques da corte da Rússia rendiam-se ao encanto deste pequeno cão, cujo corpo musculoso e andar único. Este repentino interesse, fomentado pela tout Paris contribuiu em grande medida para o auge do Bouledogue Francês que ainda hoje, desfruta de grande notoriedade em todo mundo.

Em 1888, foi fundado o 1º clube francês oficial da raça, chamado “Clube Marcel Roger”. Nesta ocasião, o primeiro padrão do Bouledogue Francês foi descrito:

aspecto de “pequeno Hércules”;

garganta larga e quadrada;

trufa arrebitada e retraída;

orelhas curtas e arredondadas;

exemplares com orelhas eretas devem formar outra classe em exposições;

machos devem pesar até 15 kg;

fêmeas devem pesar até 12,5 kg.

Em 1890, foi fundado o 2º clube francês oficial da raça, “Clube dos Amantes do Bouledogue Francês”.

Em 1894, a “Sociedade Central Canina”, reconheceu o Buldogue Francês como raça e pediu a união dos dois clubes pré-existentes, dessa maneira, foi fundado o “Clube do Bouledogue da França”.

A raça foi reconhecida nos EUA em 1898. É indiscutível que sem a influência e dedicação de criadores do continente Americano, a raça talvez não seria o que fosse hoje. Foram eles que organizaram o 1º clube do Bouledogue Francês do mundo e foram eles que insistiram com as “orelhas de morcego”.

Realmente, o buldogue francês é uma das poucas raças que deve sua existência aos esforços de criadores de diferentes países, França, Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos.

Fonte: Criadores-Cães

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